Instalar in situ - uma experimentação concetual para se olhar através da terra

Autores

  • Romy Castro ICNOVA-FCSH-UNL

DOI:

https://doi.org/10.34640/ct10uma2025ensaiorcastro

Palavras-chave:

pensamento, Terra, matérias-sombra, local, Instalação

Resumo

Focados na materialidade da arte - no uso transfigurador das matérias -, examinaremos a estratégia artística associada à Instalação A Terra como Acontecimento exposta no Museu Amadeo de Souza Cardoso, para pensar novas relações da arte com a Terra, o horizonte último da experiência Humana. Instalar toneladas de carvões, no raso do chão/pedra, implica uma ação in situ, experienciando e transformando a especificidade geográfica, arquitetónica e espiritual do local de acolhimento, num posicionamento onde a instalação produzida, implica uma espécie de dobrado do espaço-tempo, e a inserção dos que a visitam cria novas formas de pensar/sentir, politicamente ativas. As matérias expostas, na sua natureza geológica de substância, dotadas de uma histórica singular, que liga o carvão à exploração mineira e à produção de energia, base da industrialização moderna. Esse carvão negro e frio, sendo o efeito do trabalhar milenar da natureza, contem invisivelmente energia e luz que pode ter usos mais humanos - uma energia que alimente a vida e a ilumine. Daí a introdução de matérias lumínicas-néons, que parecem posicionar-se nas antípodas do carvão, soterrados nessa matéria bruta, deixam emergir outras formas de luz e permitem outros destinos para as matérias/territórios. 

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Publicado

2025-12-18

Como Citar

Castro, R. (2025). Instalar in situ - uma experimentação concetual para se olhar através da terra. Cinema & Território, 1(10), 120–133. https://doi.org/10.34640/ct10uma2025ensaiorcastro

Edição

Secção

Ensaios