A Terra como Acontecimento II

Autores

  • Romy Castro

DOI:

https://doi.org/10.34640/c.t8uma2023castro

Palavras-chave:

pensamento, território, matérias, forma, imagem e transdução

Resumo

O projecto artístico e geofilosófico “A Terra como Acontecimento” na sua vertente cinematográfica opera uma problematização da relação à Terra e à natureza. Trata-se de um projeto transdisciplinar que, pela sua essência, leva à aparição de novas imagens da Terra, questionando a noção de território, historicamente e etologicamente marcada. Sente-se crescentemente que a lógica territorial que captura a terra está a chegar a um momento crítico, de que a crise climática e a entrada no Antropoceno são um indício importante.  No filme “A Terra como Acontecimento II” pelo seu uso das matérias, pela transdução das artes que desenvolve, opera uma desterritorialização acentuando a deslocalização das matérias e interrogando-as na sua originalidade quase pré-humana. Apenas o cinema tem a capacidade de desterritorializar a lógica das fronteiras históricas, sem reterritorialização ilusória. A aparição da terra na sua elementaridade tal como o cinema lhe dá lugar sem a dominar, cruzada com frases também elas nomádicas, que pontuam o vídeo, abre possibilidades políticas para o pensar da relação com a Terra e a comunidade dos que nela habitam. Está em causa uma expressão criativa que pretende intervir e dar visibilidade a outras possibilidades do habitar da Terra. [...].

Referências

Bachelard, G., (1972). La Poétique de L’espace. Presse Universitaires de France. Bragança de Miranda, J.A. (2017). Corpo e Imagem (3ª ed). Nova Veja.

Bragança de Miranda, J.A. (2023). Constelações. Ensaios sobre cultura e técnica na

contemporaneidade. Documenta.

Casey, E. S. (1997). The Fate of Place. A Philosophical History. In Place as Container – Aristotle’s Physics. University of California Press.

Castro. R. (2021). Filme “A Terra como Acontecimento II”. Lisboa.

Castro, R. (2022/23). LA TERRE COMME ÉVÉNEMENT. Organisée dans le cadre de

la Saison Croisée France-Portugal 2022, realisée par Mémoire de l’Avenir avec le soutien de l’Institut Français, la Ville de Paris. Edition bilingue - français/portugais.

Deleuze, G. (2003) [1986].” Le cerveau, c’est l’écran”, Deux regimes de fous. Textes et

entretiens,1975-1995. Ed. D. Lapoujade, Minuit.

Deleuze, G. & Guattari, F. (1992). O que é a Filosofia? Ed. Presença.

Didi-Huberman, G. (2001). L’HOMME QUI MARCHAIT DANS LA COULEUR. Les

Éditions de Minuit.

Didi-Huberman, G. (2007). Cuando las imágenes yocan lo real. Prólogo

de Alberto Santamaria. Consorcio del Círculo de Bellas Artes. Área de Edición CBA.

Epstein, J. (1948-51). Écrits sur le cinema. Alcool et cinéma., Seghers.

Epstein, J. (1975). Écrits sur le cinéma, realSeghers, « Cinéma club ».

Lefebvre, H. (2000). La production de l’espace (4.ª ed.) Publiée avec l’aide du

Ministère de la culture et de la communication. (Centre national du livre et Direction de l’architecture et du patrimoine). Antrophos.

Resta, C. & Irineu, P. (2019). Geofilosofia. Editora Barlavento.

Sauvagnargues, A. (2005). Deleuze Et L’Art. Lines D’Art. PUF.

Downloads

Publicado

2023-12-04

Como Citar

Castro, R. (2023). A Terra como Acontecimento II. Cinema &Amp; Território, (8), 173–183. https://doi.org/10.34640/c.t8uma2023castro

Edição

Secção

Encontro Internacional Cinema & Território