La continuité des espèces et quand elles se rencontrent dans « Les Banshees d'Inisherin »

Auteurs

  • Carlos Jorge Fernandes Universidade Federal de Alagoas

DOI :

https://doi.org/10.34640/ct10uma2025fernandes

Mots-clés :

altérité significative, cinéma et philosophie, philosophie de la biologie, relations multispécifiques

Résumé

Cet article aborde, en trois temps, le binôme humanité-animalité, en se basant initialement sur la notion agambénienne de « machine anthropologique » afin de situer la perspective d'analyse adoptée dans la compréhension que l'être humain a été forgé par des séparations incessantes entre l'humanité et l'animalité. Dans un deuxième temps, nous laisserons place à des réflexions qui cherchent à comprendre et à dépasser l'idée de l'exceptionnalité humaine par rapport aux autres formes de vie, étant donné que les relations d'exploitation que l'humanité a établies avec l'environnement reposent précisément sur cette fallacie. Dans un troisième temps, on réfléchit à la manière et à la mesure dans laquelle ces problématiques concernant le binôme humanité-animalité peuvent être illustrées, voire amplifiées, à partir du film Les Banshees d'Inisherin. Ce film a été considéré comme un artefact culturel susceptible d'alimenter des réflexions sur les relations de l'homme avec l'environnement en général, et avec les espèces compagnes en particulier. L'analyse de la présence animale dans ce film, en particulier dans la figure de la petite ânesse Jenny, révèle comment les liens entre les humains et les animaux non humains dépassent les limites de la coexistence utilitaire, exposant des mondes composés d'affections, d'histoires et de coexistences éthiques.

Biographie de l'auteur

Carlos Jorge Fernandes, Universidade Federal de Alagoas

Doutor em Educação - Universidade Federal de Alagoas (PPGE/UFAL). Professor de Biologia na Escola Estadual Princesa Isabel da Rede Estadual de Educação de Alagoas e Biólogo no Museu de História Natural - Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Graduando em Filosofia pela UFAL. Endereço para correspondência: carlos.correia@mhn.ufal.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4934-6267.

Références

Adoro Cinema. (s.d.). Os Banshee de Inisherin: sinopse. https://www.adorocinema.com/filmes/filme-281293/

Agamben, G. (2021). O aberto: o homem e o animal (3ª ed., Trad. P. Mendes). Civilização brasileira.

Aparicio, M. (2016). Um mundo sem animais, ou a rota da nossa desconexão. Campos – Revista de Antropologia, 17(1), 65–77.

Barros, M. de. (2008). O apanhador de desperdícios. Em M. de Barros, Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros (pp. 45–48). Planeta do Brasil.

Benjamin, W. (2020). Sobre o conceito de história (Trad. A. Müller & M. Seligmann-Silva). Alameda.

Berger, J. (2021). Por que olhar para os animais? (Trad. P. P. Pimenta). Fósforo.

Bíblia. (2007). Números. Em A Bíblia Sagrada: o Velho e o Novo Testamento (pp. 156–209; Trad. J. F. Almeida). Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Cavalcanti, M. C. C. (2021). Antropoceno: a construção discursiva de um conceito. Revista Investigações, 34(2), 1–28.

Ceppas, F. (2019). Natureza, animalidade e aprendizagem filosófica: Rousseau entre Derrida e Lévi-Strauss. Em F. Ceppas, Ensaios de filosofia nos trópicos: questões de ensino e aprendizado (pp. 253–265). Unicamp.

Danowski, D., & Castro, E. V. de. (2017). Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins (2ª ed.). Cultura e Barbárie, Instituto Socioambiental.

Derrida, J. (2011). O animal que logo sou: (a seguir) (2ª ed., Trad. F. Landa). UNESP.

Derrida, J. (1973). Gramatologia (Trad. M. Schnaiderman & R. J. Ribeiro). Perspectiva, USP.

Galindo, D., & Milioli, D. (2020). Psicologia e etologias: algumas contribuições de Deleuze, Haraway e Despret. Revista Polis e Psique, 10(1), 63–84.

Gane, N., & Haraway, D. (2010). Se nós nunca fomos humanos, o que fazer? Ponto Urbe – Revista do Núcleo de Antropologia da USP, (6). https://journals.openedition.org/pontourbe/1635

Giorgi, G. (2016). Formas comuns: animalidade, literatura, biopolítica (Trad. C. Nougué). Rocco.

Haraway, D. (2009). Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. Em T. Tadeu, Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano (2.ª ed., pp. 33–118; Trad. T. Tadeu). Autêntica.

Haraway, D. (2015). Anthropocene, Capitalocene, Plantationocene, Chthulucene: making kin. Environmental Humanities, 6(1), 159–165. https://doi.org/10.1215/22011919-3615934

Haraway, D. (2021). O manifesto das espécies companheiras: cachorros, pessoas e alteridade significativa (Trad. P. Moreira). Bazar do Tempo.

Haraway, D. (2022). Quando as espécies se encontram (Trad. J. Fausto). Ubu.

Haraway, D. (2023). Ficar com o problema: fazer parentes no Chthuluceno (Trad. A. L. Braga). n-1.

Latour, B. (2009). Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica (2.ª ed.). Editora 34.

Lima, M. (2022, 4 de outubro). Brasil é o terceiro país com mais pets; setor fatura R$ 52 bilhões. Forbes. https://forbes.com.br/forbes-money/2022/10/brasil-e-o-terceiro-pais-com-mais-pets-setor-fatura-r-52-bilhoes/

Lourenço, D. B. (2018). Fronteiras da inclusão: implicações éticas do contínuo das espécies. Em M. do C. P. Neves & F. Araújo, Ética aplicada: animais (pp. 33–51). Edições 70.

Maciel, M. E. (2021). Literatura e animalidade. Civilização Brasileira.

Martin, N. (2021). Escute as feras (Trad. C. V. Boldrini & D. Lühmann). Editora 34.

Martins, L. (2024, 11 de outubro). Próximos 5 anos vão determinar o futuro do planeta, diz relatório. G1. https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2024/10/11/proximos-5-anos-vao-determinar-o-futuro-do-planeta-diz-relatorio.ghtml

McDonagh, M. (2021). The Banshees of Inisherin [Roteiro]. Blueprint Pictures. https://8flix.com/assets/screenplays/b/tt11813216/The-Banshees-of-Inisherin-2022-screenplay.pdf

Moreira, A. R. (2018). O caso particular dos animais de companhia. Em M. do C. P. Neves & F. Araújo, Ética aplicada: animais (pp. 181–203). Edições 70.

Nieder, A., Wagener, L., & Rinnert, P. (2020). A neural correlate of sensory consciousness in a corvid bird. Science, 369(6511), 1626–1629. https://doi.org/10.1126/science.abb1447

Os Banshees de Inisherin. (2022). [Filme]. Direção: M. McDonagh. Produção: G. Broadbent, J. Flynn, J. Homewood & M. McDonagh. Walt Disney Studios.

Pisani, M. M. (2020). Quando a filosofia se torna semente: uma viagem através de mundos artefactuais e (im)prováveis encontros. Revista Ideação, 42, 197–232.

Singer, P. (2013). Libertação animal: o clássico definitivo sobre o movimento pelos direitos dos animais. Martins Fontes.

Tsing, A. (2015). Margens indomáveis: cogumelos como espécies companheiras. Ilha – Revista de Antropologia, 17(1), 177–201.

Uchôa, M. V. B. (2022). “Por que olhar os animais?” Ética da alteridade e animalidade em John Berger. Griot: Revista de Filosofia, 22(3), 183–194.

Waal, F. de. (2021). Somos inteligentes o bastante para saber quão inteligentes são os animais? (Trad. P. Geiger). Zahar.

Wrage, B. (2022). Caring animals and care ethics. Biology & Philosophy, 37(18), 1–20. https://doi.org/10.1007/s10539-022-09857-y

Publiée

2025-12-18

Comment citer

Fernandes, C. J. (2025). La continuité des espèces et quand elles se rencontrent dans « Les Banshees d’Inisherin ». Cinema & Território, 1(10), 76–92. https://doi.org/10.34640/ct10uma2025fernandes

Numéro

Rubrique

Articles