La continuité des espèces et quand elles se rencontrent dans « Les Banshees d'Inisherin »
DOI :
https://doi.org/10.34640/ct10uma2025fernandesMots-clés :
altérité significative, cinéma et philosophie, philosophie de la biologie, relations multispécifiquesRésumé
Cet article aborde, en trois temps, le binôme humanité-animalité, en se basant initialement sur la notion agambénienne de « machine anthropologique » afin de situer la perspective d'analyse adoptée dans la compréhension que l'être humain a été forgé par des séparations incessantes entre l'humanité et l'animalité. Dans un deuxième temps, nous laisserons place à des réflexions qui cherchent à comprendre et à dépasser l'idée de l'exceptionnalité humaine par rapport aux autres formes de vie, étant donné que les relations d'exploitation que l'humanité a établies avec l'environnement reposent précisément sur cette fallacie. Dans un troisième temps, on réfléchit à la manière et à la mesure dans laquelle ces problématiques concernant le binôme humanité-animalité peuvent être illustrées, voire amplifiées, à partir du film Les Banshees d'Inisherin. Ce film a été considéré comme un artefact culturel susceptible d'alimenter des réflexions sur les relations de l'homme avec l'environnement en général, et avec les espèces compagnes en particulier. L'analyse de la présence animale dans ce film, en particulier dans la figure de la petite ânesse Jenny, révèle comment les liens entre les humains et les animaux non humains dépassent les limites de la coexistence utilitaire, exposant des mondes composés d'affections, d'histoires et de coexistences éthiques.
Références
Adoro Cinema. (s.d.). Os Banshee de Inisherin: sinopse. https://www.adorocinema.com/filmes/filme-281293/
Agamben, G. (2021). O aberto: o homem e o animal (3ª ed., Trad. P. Mendes). Civilização brasileira.
Aparicio, M. (2016). Um mundo sem animais, ou a rota da nossa desconexão. Campos – Revista de Antropologia, 17(1), 65–77.
Barros, M. de. (2008). O apanhador de desperdícios. Em M. de Barros, Memórias inventadas: as infâncias de Manoel de Barros (pp. 45–48). Planeta do Brasil.
Benjamin, W. (2020). Sobre o conceito de história (Trad. A. Müller & M. Seligmann-Silva). Alameda.
Berger, J. (2021). Por que olhar para os animais? (Trad. P. P. Pimenta). Fósforo.
Bíblia. (2007). Números. Em A Bíblia Sagrada: o Velho e o Novo Testamento (pp. 156–209; Trad. J. F. Almeida). Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Cavalcanti, M. C. C. (2021). Antropoceno: a construção discursiva de um conceito. Revista Investigações, 34(2), 1–28.
Ceppas, F. (2019). Natureza, animalidade e aprendizagem filosófica: Rousseau entre Derrida e Lévi-Strauss. Em F. Ceppas, Ensaios de filosofia nos trópicos: questões de ensino e aprendizado (pp. 253–265). Unicamp.
Danowski, D., & Castro, E. V. de. (2017). Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins (2ª ed.). Cultura e Barbárie, Instituto Socioambiental.
Derrida, J. (2011). O animal que logo sou: (a seguir) (2ª ed., Trad. F. Landa). UNESP.
Derrida, J. (1973). Gramatologia (Trad. M. Schnaiderman & R. J. Ribeiro). Perspectiva, USP.
Galindo, D., & Milioli, D. (2020). Psicologia e etologias: algumas contribuições de Deleuze, Haraway e Despret. Revista Polis e Psique, 10(1), 63–84.
Gane, N., & Haraway, D. (2010). Se nós nunca fomos humanos, o que fazer? Ponto Urbe – Revista do Núcleo de Antropologia da USP, (6). https://journals.openedition.org/pontourbe/1635
Giorgi, G. (2016). Formas comuns: animalidade, literatura, biopolítica (Trad. C. Nougué). Rocco.
Haraway, D. (2009). Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. Em T. Tadeu, Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano (2.ª ed., pp. 33–118; Trad. T. Tadeu). Autêntica.
Haraway, D. (2015). Anthropocene, Capitalocene, Plantationocene, Chthulucene: making kin. Environmental Humanities, 6(1), 159–165. https://doi.org/10.1215/22011919-3615934
Haraway, D. (2021). O manifesto das espécies companheiras: cachorros, pessoas e alteridade significativa (Trad. P. Moreira). Bazar do Tempo.
Haraway, D. (2022). Quando as espécies se encontram (Trad. J. Fausto). Ubu.
Haraway, D. (2023). Ficar com o problema: fazer parentes no Chthuluceno (Trad. A. L. Braga). n-1.
Latour, B. (2009). Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica (2.ª ed.). Editora 34.
Lima, M. (2022, 4 de outubro). Brasil é o terceiro país com mais pets; setor fatura R$ 52 bilhões. Forbes. https://forbes.com.br/forbes-money/2022/10/brasil-e-o-terceiro-pais-com-mais-pets-setor-fatura-r-52-bilhoes/
Lourenço, D. B. (2018). Fronteiras da inclusão: implicações éticas do contínuo das espécies. Em M. do C. P. Neves & F. Araújo, Ética aplicada: animais (pp. 33–51). Edições 70.
Maciel, M. E. (2021). Literatura e animalidade. Civilização Brasileira.
Martin, N. (2021). Escute as feras (Trad. C. V. Boldrini & D. Lühmann). Editora 34.
Martins, L. (2024, 11 de outubro). Próximos 5 anos vão determinar o futuro do planeta, diz relatório. G1. https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2024/10/11/proximos-5-anos-vao-determinar-o-futuro-do-planeta-diz-relatorio.ghtml
McDonagh, M. (2021). The Banshees of Inisherin [Roteiro]. Blueprint Pictures. https://8flix.com/assets/screenplays/b/tt11813216/The-Banshees-of-Inisherin-2022-screenplay.pdf
Moreira, A. R. (2018). O caso particular dos animais de companhia. Em M. do C. P. Neves & F. Araújo, Ética aplicada: animais (pp. 181–203). Edições 70.
Nieder, A., Wagener, L., & Rinnert, P. (2020). A neural correlate of sensory consciousness in a corvid bird. Science, 369(6511), 1626–1629. https://doi.org/10.1126/science.abb1447
Os Banshees de Inisherin. (2022). [Filme]. Direção: M. McDonagh. Produção: G. Broadbent, J. Flynn, J. Homewood & M. McDonagh. Walt Disney Studios.
Pisani, M. M. (2020). Quando a filosofia se torna semente: uma viagem através de mundos artefactuais e (im)prováveis encontros. Revista Ideação, 42, 197–232.
Singer, P. (2013). Libertação animal: o clássico definitivo sobre o movimento pelos direitos dos animais. Martins Fontes.
Tsing, A. (2015). Margens indomáveis: cogumelos como espécies companheiras. Ilha – Revista de Antropologia, 17(1), 177–201.
Uchôa, M. V. B. (2022). “Por que olhar os animais?” Ética da alteridade e animalidade em John Berger. Griot: Revista de Filosofia, 22(3), 183–194.
Waal, F. de. (2021). Somos inteligentes o bastante para saber quão inteligentes são os animais? (Trad. P. Geiger). Zahar.
Wrage, B. (2022). Caring animals and care ethics. Biology & Philosophy, 37(18), 1–20. https://doi.org/10.1007/s10539-022-09857-y
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Carlos Jorge Fernandes 2025

Ce travail est disponible sous licence Creative Commons Attribution - Pas d’Utilisation Commerciale 4.0 International.
Pour plus d'informations, suivez le lien:CC Atribuição-NãoComercial 4.0





