Entre silêncio e a manipulação: Bergman e a censura em Portugal, anos 60

Autores

  • António Rebelo

DOI:

https://doi.org/10.34640/ct10uma2025rebelo

Palavras-chave:

Estado Novo, censura, Bergman, moral tradicional, religião católica

Resumo

Partimos da ideia de território, conceito e temática central deste Encontro. Desde logo, esta noção tem uma origem etimológica complexa, mas esclarecedora: a sua raiz principal, originária do latim territorium, é formado pelos étimos: - terra -, significando “solo”, “região”, “país”; - torium -, um sufixo que indica um lugar associado a uma acção. Assim, territorium expressava originalmente “a extensão de terra pertencente a uma cidade ou Estado”. É justamente neste domínio concreto - o Estado Novo, com implicações políticas, sociais, éticas e morais - que se pretende falar de Bergman e dos filmes exibidos entre nós. Importa então afirmar que este estudo - “Entre o Silêncio e a Manipulação: Bergman e a Censura em Portugal, Anos 60” -, começa por contextualizar a situação existente em Portugal, cuja menção não é de ordem geográfica, mas de jurisdição de uma comunidade, e fá-lo balizando, nessa abordagem, a realidade da década de 60. Destacando-se este território específico, configura-se um contexto singular de censura e recepção cinematográfica, da responsabilidade do Estado Novo, distinto do que ocorria noutros países europeus. [...].

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Publicado

2025-12-18

Como Citar

Rebelo, A. (2025). Entre silêncio e a manipulação: Bergman e a censura em Portugal, anos 60. Cinema & Território, 1(10), 174–193. https://doi.org/10.34640/ct10uma2025rebelo

Edição

Secção

Encontro Internacional Cinema & Território

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