Háptico, Corpo e Paisagem em três filmes chave do cinema português

Autores

  • Patrícia Silveirinha Castello Branco Investigadora Integrada / Full Researcher Instituto de Filosofia da Nova (IFILNOVA), Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.34640/universidademadeira2019castellobranco

Palavras-chave:

visualidade háptica, corpo, paisagem, cinema português

Resumo

Neste texto pretendo desenvolver o conceito de visualidade háptica, a partir de três filmes chave da história do cinema português: A Dança dos Paroxismos (Jorge Brum do Canto, 1929), Mudar de Vida (Paulo Rocha, 1966) e A Zona (Sandro Aguilar, 2008). Iniciarei com uma introdução ao conceito de háptico, tal como foi originalmente concebido por Alois Riegl. Daqui partirei para um estudo concreto das obras acima referidas, começando por A Dança dos Paroxismos de Brum do Canto. Procurarei examinar a relação ímpar que Brum do Canto estabelece entre a visualidade háptica e a subversão da paisagem rural portuguesa. Continuarei com uma análise de Mudar de Vida de Paulo Rocha, à luz daquilo que considero um dos elementos estéticos principais da obra: a construção de um espaço que vive da constante passagem de relações físicas com a realidade, para relações emocionais e sociais. Terminarei com uma exploração do filme A Zona de Sandro Aguilar, atentando à forma como esta obra incorpora e desenvolve práticas que encerram uma visualidade háptica que aqui irei, mais uma vez, desenvolver.

Referências

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Filmografia

A Dança dos Paroxismos, Jorge Brum do Canto, realizador (Mello Castello Branco,1929) [Filme].

A Zona, Sandro Aguilar, realizador (O Som e a Fúria, 2008) [Filme].

Mudar de Vida, Paulo Rocha, realizador (Produções Cunha Telles, 1966) [Filme].

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Publicado

2019-11-30

Como Citar

Silveirinha Castello Branco, P. (2019). Háptico, Corpo e Paisagem em três filmes chave do cinema português . Cinema &Amp; Território, 1(4), 2–12. https://doi.org/10.34640/universidademadeira2019castellobranco

Edição

Secção

Artigos