Buscando "Aröbönhipopá": comunidade, cinema e território entre os Xavante
DOI:
https://doi.org/10.34640/universidademadeira2018lealPalavras-chave:
cinema, identidade, território, comunidadeResumo
Segundo a antropóloga Els Lagrou, a reivindicação das identidades indígenas contemporâneas passa pela adesão a um “regime específico de produção estética do conhecimento”. Tomaremos tal “regime de produção” enquanto um território de pertencimento identitário para pensar a prática audiovisual em uma comunidade indígena da etnia xavante, localizada no Planalto Central do Brasil. A partir dessa questão, trabalha-se com filme média-metragem que mostra uma caminhada de adultos e crianças pela reserva, cujo destino final é a região de uma antiga aldeia. O local atualmente está fora dos limites do território demarcado e é ocupado por uma fazenda. Pensaremos no vídeo a relação entre imagem, memória e território, este último entendido como um
espaço ao mesmo tempo físico, identitário e imagético. O filme trabalha a história comunitária a partir do deslocamento físico no território, ao qual corresponde um deslocamento no tempo na medida em que engendra a recuperação de uma memória. Esse duplo deslocamento projeta o olhar para o passado do território físico (a terra) de modo a ampliar as possibilidades de acesso ao território simbólico (a identidade) por meio da consolidação de um espaço imagético (o filme).
Referências
Deleuze, G. & Parnet, C. (1998). Diálogos. São Paulo, Escuta.
Garneau, M. (2004). Les deux mémoires de Pierre Perrault. Protée, 32(1), 23-30. Disponível em: http://id.erudit.org/iderudit/011022ar (acesso em 7 Mar. 2018).
Garneau, M. (2009). Ce qui nous rattache au temps. M. Garneau & D. Villeneuve (dir.). Traversées de Pierre Perrault. Québec, Éd. Fides, 109-138.
Garneau, M. (2012). Ser ou não ser o autor de seus documentários. J. Araújo & M, Marie (dir.). Pierre Perrault: o real e a palavra. Belo Horizonte, Balafon.
Lagrou, E. (2015). Entre xamãs e artistas: depoimento. Revista Usina. Disponível em: https://revistausina.com/2015/07/15/entrevista-com-els-lagrou (acesso em: 18 Mar. 2018).
Ricoeur, P. (1998). La marque du passé. Revue de Métaphysique et de morale, 1, 30-31.
Silva, A. L. (1992). Dois séculos e meio de história xavante. M.C. Cunha (dir.). História dos índios no Brasil. São Paulo, Companhia das Letras.
Schaden, E. (1976). Leituras de etnologia brasileira. São Paulo, Ed. Nacional.
Filmografia
Zõmõri Aröbönhipopã. Pontal Xavante & Caimi Waiassé dir. (Brasil, Ponto de Cultura Apowẽ, 2008) [vídeo digital]
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2018 Samuel Leal

Este trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Para mais informações siga o link: CC Atribuição-NãoComercial 4.0