Joana, uma heroína romântica mulher-bruxa no filme “O Crime de Aldeia Velha” (1964) de Bernardo Santareno, Manuel de Guimarães e José Carlos Andrade
DOI:
https://doi.org/10.34640/ct9uma2024tadeuPalavras-chave:
a mulher queimada-viva de Soalhães, contra-memória, O Crime de Aldeia Velha, a heroína romântica mulher-bruxaResumo
Arminda de Jesus foi brutalmente espancada até à morte e depois queimada viva. Aconteceu na noite de 25 de fevereiro de 1933, no lugar de Oliveira, aldeia de Soalhães, no concelho de Marco de Canavezes, no distrito do Porto. Apesar de, segundo todos os relatos, Arminda ser uma mãe rural de dois filhos pequenos, muito querida e carinhosa, teve um fim horrível às mãos dos parentes masculinos de Joaquina, seus vizinhos de toda a vida. Joaquina era uma aflita de longa data quando acusou Arminda de ser a mulher demoníaca como bruxa que abrigava o Diabo que a atormentava. (Coutinho e Pinto, 1987) Em 1964, Manuel de Guimarães realizou a adaptação cinematográfica da peça O Crime de Aldeia Velha, de Bernardo Santareno, de 1959, aumentando as histórias sobre este infame acontecimento histórico. O nosso artigo descreve como Santareno, Guimarães e Andrade (re)criaram Arminda de Jesus como Joana. Era a rapariga mais bonita da aldeia que enfeitiçava todos os homens com a sua beleza e comportamento invertido. Estes atributos precipitaram a sua morte às mãos das mulheres mais velhas da aldeia. A nossa análise da narrativa fílmica ilustra a contramemorialização que Santareno e Magalhães fazem de Arminda de Jesus [...].
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