Terras de ninguém: documentos e revelações do espaço em "Sacro GRA" (Gianfranco Rosi, 2013) e "Nomadland" (Chloé Zhao, 2020)
DOI:
https://doi.org/10.34640/universidademadeira2022betellaPalavras-chave:
Gianfranco Rosi, Sacro GRA, documentário, Chloé Zhao, NomadlandResumo
Nosso percurso elegeu filmes capazes de pontuar a discussão sobre a dificuldade material e a resiliência nas situações-limite impostas a cidadãos em espaços sensivelmente modificados por novas condições de trabalho e sobrevivência. Partimos das escolhas narrativas do cinema italiano, destacando filmes de Gianni Amelio e sua problematização das migrações para alcançar o sentido experimental no documentário de Gianfranco Rosi, hábil em revisar a periferia romana trazendo a vida excluída e sobrevivente para o primeiro plano. Chloé Zhao aproveita o livro de Jessica Bruder e realiza o filme que atualiza as dimensões antropológica e audiovisual por meio de indivíduos praticamente apagados da existência civil. Como Sacro GRA, Nomadland conta histórias de pessoas forçadas a ocupar territórios inabitáveis em seu próprio país. Ressaltando sequências originais por meio da análise imanente, investigamos como os conceitos de território e espaço são revirados pela própria composição dos filmes. As abordagens pedem novos modos de filmar e solicitam do espectador uma revisão urgente de conceitos políticos, econômicos e sociais, tanto quanto uma renovação do olhar para os filmes, para visualizar com profundidade os espaços ocupados pelos invisíveis, os limites e os modos de extravasar as condições de trabalho nas histórias contadas e na própria filmagem.
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