O legado de James Ivory em diversificar a cultura visual na década de 1980

Autores

  • José Ailson Lemos de Souza Universidade Estadual do Maranhão, Campus Balsas

DOI:

https://doi.org/10.34640/universidademadeira2021souza

Palavras-chave:

cinema, cultura visual, gênero, James Ivory, sexualidade

Resumo

O objetivo do presente artigo é apresentar uma breve discussão sobre dois filmes dirigidos por James Ivory, Uma Janela para o Amor (1985) e Maurice (1987), ambos adaptados da obra do autor britânico E. M. Forster. O foco da discussão é a crítica de gênero e problemas em torno da sexualidade na Inglaterra do início do século passado. Esses temas são adaptados e contextualizados em espaços típicos dos filmes heritage, um termo crítico desenvolvido no contexto acadêmico britânico para designar filmes de época que exploram o passado e a literatura daquele país. Antes da análise dos filmes, apresentamos a perspectiva crítica feminista que problematiza as questões levantadas pelas narrativas fílmicas, principalmente a partir dos textos de Mulvey (1983), Cook (1996), Pidduck (1997), Monk (2011), dentre outras. Os filmes de Ivory selecionam e elaboram imagens que criticam as relações entre poder, gênero e sexualidade, e com isso diversificam a cultura visual contemporânea a partir de uma distribuição mais democrática dos discursos e representações da experiência humana.

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Publicado

2021-12-17

Como Citar

Lemos de Souza, J. A. (2021). O legado de James Ivory em diversificar a cultura visual na década de 1980 . Cinema &Amp; Território, (6), 10–25. https://doi.org/10.34640/universidademadeira2021souza

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