A poética constelar e espectral de "O Botão de Pérola"
DOI:
https://doi.org/10.34640/52020CTJRPOEPalavras-chave:
Patrício Guzmán, filme-ensaio, cartografia afetiva, paisagem, memória, rastoResumo
A partir da análise do filme O Botão de Pérola (2015), do realizador chileno Patrício Guzmán, serão discutidas questões relativas ao documentário ensaístico, como o caráter subjetivo e o tratamento poético dado à narrativa. Veremos como o filme de Guzmán aciona no espectador potentes pensamentos de mundo, por meio de uma cartografia afetiva descentrada, repleta de belas metáforas visuais. Ao enfatizar a força da natureza, O Botão de Pérola reforça a potência do território chileno e o poder de resistência e renovação de seus povos. Analisaremos como o diretor adensa as imagens do presente com a energia das sobrevivências (Didi-Huberman, 2013) através de rostos, falas, paisagens e vestígios.
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