"The Girl Chewing Gum" de John Smith: documento e ficção

Autores

  • Carlos Valente Professor Auxiliar da Universidade da Madeira; Centro de Estudos Regionais e Locais (CIERL)

DOI:

https://doi.org/10.34640/universidademadeira2016valente

Palavras-chave:

cinema, experimentalismo, documentário, ficção, reflexividade, diegese

Resumo

Este artigo analisa a curta-metragem The Girl Chewing Gum (John Smith, 1976) posicionando-a no contexto da vertente experimental que lhe está na origem, associada ao cinema estrutural. O filme constitui, em primeiro lugar, um documento do olhar do realizador perante a realidade do banal dia-a-dia, mas é muito mais do que isso porque a voz-off que o realizador coloca sobre os planos filmados altera de forma disruptiva o material pro-fílmico. O “território” do cinema é, portanto, desconstruído de modo irónico e radical. Em que medida a imagem, enquanto documento do real, é transfigurada e “ficcionada” pelo olhar (e pela voz) do realizador? Todo o cinema o faz, certamente, mas John Smith põe a nu este “território” específico do cinema, numa atitude reflexiva e desconstrutora que leva o espectador de volta à pergunta mais antiga e essencial: o que é o cinema?

Referências

Camper, F. (2001). Pushed to the Limit – Films and videos by John Smith, Chicago Reader magazine, setembro. Disponível em:

http://www.chicagoreader.com/chicago/pushed-to-the-limit/Content?oid=906377 [3 de janeiro de 2016].

Carroll, N. (1996). Theorizing the Moving Image. New York: Cambridge University.

Christie, I. (2013). “English Eccentric”, in John Smith (Eds.), Tanya Leighton and Kathrin Meyer, Mousse Publishing, Italy and Sternberg Press, Germany, pp 47-70. Disponível em: http://johnsmithfilms.com/selected-writing/books/ [8 de fevereiro de 2016].

Danks, A. (2003). On the Street where You Live: The Films of John Smith, Senses of Cinema, nº 29, dezembro. Disponível em: http://www.sensesofcinema.com/contents/03/29/john_smith.html [8 de fevereiro de 2016].

Deleuze, G. (1986). La Imagen-tiempo. (2ª ed). Barcelona: Paidós Comunicación.

Balsom, E. (2015). In Focus: The Girl Chewing Gum, 1976, by John Smith, Londres: Tate Research Publication. Disponível em:

https://www.tate.org.uk/art/researchpublications/john-smith-the-girl-chewinggum/the-girl-chewing-gum-1976-by-john-smithr1175957 [12 de março de 2016].

Brydon, L. (2012). Brief Encounter: The Girl Chewing Gum, Short Film Studies, vol. 2 (2): 155-158.

Gil, J. (1996). A Imagem Nua e as Pequenas Percepções. Lisboa, Relógio D'Água.

Hersey, C. (2002). “Diegetic breaks and the avante-garde”, Journal of Moving Image Studies. nº 1. Disponível em: https://people.cs.uct.ac.za/~dnunez/reading/papers/hersey.html [10 de março de 2016].

Parente, A. (2000). Narrativa e Modernidade: Os Cinemas Não-Narrativos do PósGuerra. São Paulo: Papyrus Editora.

Schultz, M. (2011). “The Girl Chewing Gum, and the Perils of Google” in dailyserving

website, http://dailyserving.com/2011/12/the-girl-chewing-gum-and-the-perils-ofgoogle/ [10 de março de 2016].

Small, E. (1994). Direct Theory: Experimental Film / Video as Major Genre. Kansas: Southern Illinois University Press.

Stam, R. (1992). Reflexivity in Film and Literature. New York: Columbia University Press.

Stam, R. & Miller, T. (eds.) (2000). Film and Theory: An Anthology. Oxford: Blackwell Publishers Inc.

Downloads

Publicado

2016-06-16

Como Citar

Valente, C. (2016). "The Girl Chewing Gum" de John Smith: documento e ficção. Cinema &Amp; Território, (1), 106–115. https://doi.org/10.34640/universidademadeira2016valente

Edição

Secção

Artigos