Cinema de Weimar até ao 3º Reich: Poder e “Nationalcharakter”

Autores

  • Gerald Bär Professor Auxiliar, Universidade Aberta; CECC-Centro de Estudos de Comunicação e Cultural, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.34640/universidademadeira2016bar

Palavras-chave:

cinema de Weimar, terceiro Reich, poder, Nationalcharakter

Resumo

Embora o rádio Volksempfänger e a imprensa Hugenberg tenham funcionado como veículos preferenciais de propaganda política mesmo antes do Terceiro Reich, o cinema também foi usado para estes fins. Após a tomada de poder e contra a resistência do seu Ministro de Propaganda, Goebbels, Hitler escolheu Leni Riefenstahl como realizadora principal da encenação da ideologia do Nazismo. Com a ajuda da UFA o novo médium foi explorado para ‘documentar’ tanto o alegado ‘espírito alemão’, como as influências consideradas negativas e prejudiciais para a ‘alma do povo’. O filme, como produto "coletivo" (Eisenstein, Vertov, Brecht), sempre foi conscientemente instrumentalizado, tanto pela propaganda Nazi e Soviética como pela política de outros países. Todavia, existem abordagens de historiadores, sociólogos e críticos de cinema que ligam determinadas tendências na produção cinematográfica alemã durante a República Weimariana ao surgimento do Nazismo (Kracauer, De Caligari a Hitler, 1947; Eisner, O Écrã Demoníaco, 1952). Esta comunicação propõe um olhar crítico a estas abordagens.

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Publicado

2016-06-16

Como Citar

Bär, G. (2016). Cinema de Weimar até ao 3º Reich: Poder e “Nationalcharakter”. Cinema &Amp; Território, 1(1), 41–57. https://doi.org/10.34640/universidademadeira2016bar

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